dEFICIENTE ONLINE
Será que existe mesmo prioridade em situações de emergência?
Sempre ouço falar que, em situações de emergência, as pessoas com deficiência possuem prioridade no salvamento. Mas será que, na prática, isso funciona mesmo? Querendo ou não, quando o bicho pega, as pessoas ficam preocupadas em salvar sua própria pele. Quem vai se lembrar do colega, como diria Jairo Marques, ‘malacabado’, sabendo que sua própria pele está em jogo? Nem todo mundo possui uma porção altruísta dentro de si. Na época do atentado de 11 de setembro, fiquei encantada com a história de uma funcionária cadeirante que contou com a ajuda de dois homens para descer aquela infinidade de andares. Poucos minutos depois de chegarem a rua, após uma longa e estressante descida, o prédio desabou. Imagino que o sentimento de gratidão dessa mulher seja eterno para com esses seus ‘heróis’.
Aprovada em dois concursos, deficiente é barrada no Tribunal de Justiça
Frustração. Esta é a palavra que resume o sentimento de Cláudia Simone Kronbauer há, pelo menos, sete anos. Com 30 anos de idade, deficiente visual há 16, Cláudia é formada em Direito e trabalha como assistente de service desk na CPM Braxis, uma das grandes empresas de tecnologia da informação. Aprovada em dois concursos do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em 2004 e 2010, já foi recusada uma vez. Agora, aguarda decisão do tribunal.
Um breve relato sobre os anos de invisibilidade social das pessoas com deficiência
Se compararmos a qualidade de vida das pessoas com deficiência, hoje em dia, com os deficientes dos anos anteriores, veremos que a situação está muito mais favorável. Tivemos conquistas relevantes, dentre elas o direito ao trabalho, à educação inclusiva, uma das legislações mais abrangentes – mesmo que, infelizmente, na prática, os direitos nem sempre sejam respeitados -, um grande aumento da participação das pessoas com deficiência na política, nos esportes e na cultura. Atualmente, não há limites para nós! Estamos presentes em quase todas as áreas: já temos modelo down, magistrado cego, cirurgião cadeirante, atores e cantores com deficiência, etc. Temas como acessibilidade, diversidade, maternidade e vulnerabilidade sexual ganharam visibilidade. A pessoa com deficiência, aos poucos, foi ganhando voz ativa e tomando as rédeas de sua vida.
O dito na fala de quem não o diz: uma questão de inclusão
O presente artigo versa sobre o discurso por trás do discurso. Trata da fala "opaca" que promove a exclusão sob a aparência de se estar promovendo a inclusão. Argumenta que se tem apropriado do discurso da inclusão para deliberadamente impedi-la. Registra que falas. Travestidas de boa intenção conduzem à perpetuação de tabus, preconceitos e discriminações contra grupos vulneráveis diversos. Aponta que a chamada educação especial não faculta a quebra desses preconceitos, pelo contrário, serve para promover a segregação social, retirando do convívio da sociedade, todos aqueles que "ela considera feio, repugnante de olhar, ou aceitar, falho, incompleto ou imperfeito. Por fim, deixa-nos pistas do que podemos fazer para mudarmos a nossa postura em prol de uma sociedade verdadeiramente para todos, onde nesse "todos" se encontrem as pessoas com deficiência e demais grupos socialmente vulneráveis, como os de diversas origens, étnicas, religiosas, geográficas ou lingüísticas que, portanto, não fazem parte do poder dominante.
Iniciativas proporcionam qualidade de vida a pessoas com deficiência física
Casas adaptadas e acessíveis e informações sobre lugares onde o direito de ir e vir está garantido. Essas duas iniciativas dão dignidade aos deficientes dentro e fora de casa. “Na opinião de todo cadeirante, as pedrinhas portuguesas tinham que acabar. Eu sei que tem uma série de justificativas para mantê-las, mas eu acho que não pode ser como a gente vê. Todo mundo passa e a manutenção é complicada. Às vezes, fica cheia de desníveis e buracos”, observa Eduardo Câmara, analista de sistema.